Após um ano sem dia do metal, Rock in Rio 2019 volta às origens e Roberto Medina explica

Escrito por em 2 de outubro de 2018

Empresário fala ao G1 sobre ausência do estilo na edição de 2017 e revela que quase trouxe o AC/DC com Axl Rose, dos Guns N’ Roses, no vocal.

Não que Roberto Medina tenha ficado insatisfeito com o resultado da edição mais recente do Rock in Rio. Mas o festival de 2017 deixou o empresário meio tristinho. E o motivo é específico: pela primeira vez na história do evento, não houve um dia dedicado ao heavy metal.

A situação não voltará a se repetir em 2019: Iron Maiden, Scorpions, Megadeth e Sepultura vão tocar em 4 de outubro, na escalação mais pesada do festival em muitos anos. Medina, agora, está tranquilo.

“Não tivemos um dia do metal na última edição, mas não foi por falta de tentativas da minha parte. Há poucas grandes bandas de metal para o Palco Mundo, grupos que, de fato, atraiam uma multidão. Precisamos de um grande nome para o dia do metal, mas as alternativas são limitadas”, explica o executivo do Rock in Rio ao G1.

“O Metallica até poderia ter voltado, mas já havia tocado em 2015 – naquele momento, não quis me repetir. Tentei o Iron Maiden, mas não estava disponível. Enfim, a coisa não andou e o festival ficou sem um dia de metal. Foi uma pena”.

Para evitar que a situação se repetisse, Medina tratou de garantir com o máximo de antecedência os nomes de peso para o dia com mais camisas pretas por quilômetro quadrado.

“Quis garantir logo o Iron Maiden. Além de ser uma das mais importantes bandas de metal do planeta, o grupo tem uma relação profunda com o público brasileiro e queríamos renovar esse laço. Scorpions e Megadeth têm fãs muito fieis aqui, além de trajetórias longas e respeitadas. E o Sepultura é a maior banda de metal do Brasil”.

Roberto Medina anuncia o "Espaço Favela" na próxima edição do Rock in Rio — Foto: Carlos Brito/G1Roberto Medina anuncia o "Espaço Favela" na próxima edição do Rock in Rio — Foto: Carlos Brito/G1

Roberto Medina anuncia o “Espaço Favela” na próxima edição do Rock in Rio — Foto: Carlos Brito/G1

A escalação deverá agradar os fãs mais exigentes de metal. Mas o empresário não tem a impressão de parecer repetitivo ao trazer nomes que já passaram pelo festival em outras ocasiões?

“Não, não me sinto. É uma forma de trazer de volta uma sensação semelhante ao que experimentamos na primeira edição, de 1985, quando Iron e Scorpions estiveram aqui.

“Sendo bem honesto, essa questão de ter uma escalação repetitiva é muito mais um problema para críticos que para o público. Tenho certeza que se trouxesse o Iron Maiden em todas as edições, o show lotaria da mesma forma”.

Além de Maiden e Metallica – nomes lembrados com mais frequência quando se pensa em heavy metal no Rock in Rio –, Medina pensou em uma outra alternativa.

Quase rolou AC/DC com Axl

“Há cerca de quatro meses, tentei contratar o AC/DC com o Axl (Rose, do Guns N’Roses) no vocal. Todo mundo sabe que tenho uma queda pelo Guns, apesar do Axl não ser exatamente uma pessoa fácil de lidar – mas tudo bem, ele é especial e, por isso, merece tratamento especial. Chegamos a conversar e tenho certeza que seria excelente, mas as negociações não avançaram. Fica para uma outra ocasião”.

Sepultura no Rock in Rio 2017 — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Nas duas próximas semanas, Medina vai anunciar as atrações que irão ocupar o Palco Sunset no dia do metal. Segundo ele, todas estarão no nível das apresentações do Palco Mundo.

No dia do metal, o estilo também tomará conta do Espaço Favela, área do festival dedicada a apresentação de sete atrações musicais surgidas em comunidades da cidade. Para a data, a escolhida foi a Canto Cego, banda nascida na Favela da Maré.

“Posso garantir que será o melhor dia de metal da história do Rock in Rio. Eu me empenhei de maneira muito pessoal para isso. O heavy metal sempre fez parte do festival e isso nunca vai mudar”.
Fonte: g1


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