Responsável pela distribuição de energia em Goiás, a Enel foi considerada pela Agência Nacional de Energia Elétrica a empresa do setor com pior desempenho do país pela segunda vez consecutiva, ficando com o 30º lugar no ranking. No ano passado, os consumidores ficaram, em média, 26,61 horas sem energia em Goiás.
A companhia defende que tem melhorado o serviço desde que assumiu, em 2017. A Enel afirma que, desde então, já investiu mais de R$ 1,5 bilhão e que segue “comprometida com a melhoria constante da qualidade do fornecimento de energia”, por meio da modernização e automação da rede (veja a nota na íntegra ao fim do texto).
Nos últimos cinco anos, desde quando a Celg era a responsável pelo serviço, o fornecimento de energia no estado está entre os piores do país. O ranking de 2018 foi divulgado no último dia 15.
Fornecimento de energia em Goiás
Ranking da Continuidade do Serviço | Média de horas sem energia | |
2018 | Última posição | 26,61 |
2017 | Última posição | 32,29 |
2016 | Penúltima posição | 29,55 |
2015 | Última posição | 43,24 |
2014 | Última posição | 40,40 |
Gerente de um supermercado, Raquel Ferreira Carneiro relata que no último final de semana ficou quase 24 horas sem energia.
“Os danos aqui são incontáveis. A gente teve de jogar muita mercadoria no lixo, carne, queijo, iogurte”, relatou a gerente.
Ao longo de 2018, foram registradas 8.235 reclamações sobre a Enel na Aneel. “Já queimou duas TVs, um computador e, desta vez, o nobreak que protegia a TV. Agora deve ser a TV que vai queimar de novo”, reclama a aposentada Maria de Lourdes Resende.
Enel é responsável pelo fornecimento de energia elétrica em Goiás desde 2017 — Foto: TV Anhanguera/Reprodução
Secretário de Desenvolvimento Econômico de Goiás, Adriano Rocha afirma que o governo analisou o plano de melhorias apresentado pela Enel. Ele cobra que, além das medidas de longo prazo, ocorram intervenções imediatas. Assim, o governo apresentou para a Aneel um plano emergencial alternativo para agilizar a melhoria do serviço.
“Isso tem afetado diretamente o desenvolvimento de Goiás. Empresas que precisam aumentar a sua produção não conseguem, afetando a arrecadação do Estado, a geração de empregos”, pontua o secretário.
O outro lado
“A Enel Distribuição Goiás esclarece que tem alcançado melhorias em seus indicadores de qualidade, medidos pela Aneel, desde que o Grupo Enel assumiu o controle da distribuidora de energia, em fevereiro de 2017. A duração média das interrupções do fornecimento de energia (DEC), por exemplo, foi reduzida em cerca de 6 horas em dezembro de 2018, em relação a dezembro de 2017 – a melhor duração desde dezembro de 2011. Com relação à frequência média de interrupções (FEC), o número alcançado em 2018 é o melhor da história da companhia.
A distribuidora acrescenta ainda que, dos 148 conjuntos elétricos de sua área de concessão, 101 já apresentaram melhoras no DEC e representam 73% do total de clientes atendidos pela empresa em todo o Estado. Além disso, considerando o Desempenho Global de Continuidade apresentado no ranking de 2018, o resultado é o melhor dos últimos 5 anos, o que significa que a Enel Distribuição Goiás está mais próxima do limite ideal estabelecido pela Aneel.
Em 2017 e 2018, a Enel Distribuição Goiás investiu mais de R$ 1,5 bilhão, volume de recursos que representa bem mais do que o dobro dos cerca de R$ 600 milhões que a antiga CELG D investiu em 2015 e 2016, antes da privatização. Além disso, a distribuidora apresentou em fevereiro deste ano para a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e para o Governo do Estado de Goiás um plano de melhorias para acelerar as iniciativas com foco na qualidade do fornecimento. Os investimentos realizados recentemente e as novas medidas previstas no plano apresentado às autoridades trarão impactos positivos nos indicadores de qualidade da empresa, melhorando também sua performance no ranking de continuidade da Aneel nos próximos anos. A Enel acrescenta que segue comprometida com a melhoria constante da qualidade do fornecimento de energia em sua área de concessão, por meio da modernização e automação da rede.
fonte: g1 GO