Advogado diz que casal ‘ostentação’ suspeito de golpes de R$ 5 milhões levava vida normal e honesta: ‘Nada exorbitante’
Escrito por Radio Sempre FM em 10 de setembro de 2019
Segundo defensor, eles vivem de uma empresa legalizada na área de turismo. Polícia, porém, afirma que dupla aplicava golpes na venda de pacotes de viagens e gostava de postar fotos de viagens e passeios caros.
O advogado do casal preso suspeito de aplicar golpes na ordem de R$ 5 milhões, em Goiânia, disse que seus clientes são inocentes e conseguiram tudo que têm de forma honesta. João Paulo Bachur afirmou que os empresários Valter Ferreira de Faria Júnior, de 41 anos, e Daniela Rodrigues Dourado Aguirre, de 42, tinham uma vida normal e não ostentavam nenhum luxo nas redes sociais, conforme relato da polícia.
“Eles são empresários, eles têm empresas legalizadas nos nomes deles nessa área de viagens. O que eles ostentavam é o que realmente eles tinham. Ao nosso ver não é nada demais, carros normais, nada exorbitante. Moravam de aluguel”, disse Bachur ao G1.
O casal foi detido no último dia 29 de agosto, no apartamento de alto padrão onde moravam, no Setor Jardim Goiás, bairro nobre de Goiânia. A investigação apontou que o casal dava golpes usando empresas de turismo falsas, na apropriação de carros de locadoras e na clonagem de cartões de crédito.
Nas redes sociais, o casal postava fotos de viagens para o litoral brasileiro e para o exterior, incluindo Paris, e em provas da Fórmula 1. No entanto, conforme o advogado, tudo que foi obtido pelo casal é de origem lícita. Ele negou qualquer tipo de golpe aplicado pelos suspeitos.
Casal durante viagem para o litoral: advogado nega irregularidades — Foto: Polícia Civil/Divulgação
“Eles trabalham de domingo a domingo. Construíram uma empresa regular e têm uma vida idônea e condizente com o trabalho deles. Estão no mercado há muito tempo e nunca aplicaram um golpe”, afirmou.
Ambos seguem presos, mas Bachur afirmou que já entrou com o pedido de habeas corpus para tentar retirá-los da prisão. Ele não quis adiantar os detalhes da tese usada para fazer a defesa do casal. Em audiência de custódia, a Justiça determinou que eles seguissem presos.
Indiciamento
O casal já foi indiciado pela Polícia Civil por uso de documento falso e receptação. Segundo o delegado Germano Castro, estes crimes ocasionaram a prisão em flagrante dos dois.
“Ficou constatado o uso de documento falso assim que eles apresentaram as CNHs no momento da abordagem. Já a receptação ficou caracterizada por eles estarem com carros pertencentes a locadoras registrados ilegalmente em seus nomes”, disse ao G1.
Foto mostra casal suspeito de golpes de R$ 5 milhões ostentando em viagem a Paris — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Além disso, no momento da prisão, Valter tinha oito cartões de Cadastro de Pessoa Física (CPF). Já Daniela, tinha outros dez.
No apartamento, a polícia localizou 40 cartões de crédito clonados e R$ 20 mil em espécie. A investigação apontou que o casal utilizava vários nomes diferentes.
Castro disse que outro inquérito aberto ainda está tramitando, o qual apura os crimes de estelionato (por conta dos golpes), além de falsificação de documento, uso de documento falso e receptação.
Crimes
A investigação apontou que o casal dava golpes usando empresas de turismo falsas, na apropriação de carros de locadoras e na clonagem de cartões de crédito.
De acordo com a corporação, o casal chegou a montar cinco agências de viagens de fachada para enganar as pessoas. A investigação apontou que os clientes pagavam por pacotes, mas o dinheiro era embolsado pelo casal.
Para que o golpe não fosse descoberto, relata a polícia, eles cometiam outro crime: pagavam as empresas de aviação com cartões de crédito clonados.
Além disso, eles são suspeitos de intermediar a locação de veículos em aeroportos do país e revendê-los com documentos adulterados após trazê-los para a capital goiana.
Com o casal, a polícia localizou dois carros de luxo, que eram de locadoras e estavam registrados em alguns dos documentos falsificados que utilizavam.
Casal ostentava com veículos caros nas redes sociais — Foto: Polícia Civil/Divulgação
fonte: g1 GO