Quatro pessoas que trabalhavam na cadeia tiveram a prisão decretada pela suspeita de terem facilitado a fuga de um preso, em Luziânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Um vereador do Novo Gama está sendo procurado pela polícia como suspeito de ter facilitado a fuga de um preso pela porta da frente da cadeia de Luziânia, também no Entorno do Distrito Federal. Segundo o delegado Rafael Abrão, o vereador trabalhava também como vigilante temporário na unidade prisional. O vereador e outros três investigados teriam recebido dinheiro do preso para facilitar a fuga.
Durante a Operação Redenção, realizada nesta terça-feira (24) para o cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva, policiais civis conseguiram prender um agente prisional e um funcionário cedido pela prefeitura, que atuava dentro da prisão.
De acordo com o delegado, os dois presos, o vereador e um ex-diretor regional do sistema prisional teriam participado de um esquema remunerado para permitira fuga do preso. Os nomes dos investigados não foram divulgados pela polícia. O G1 não conseguiu também ter acesso ao contato da defesa deles.
O detento Rodolfo de Lima Pereira fugiu pela porta da frente da Casa de Prisão Provisória de Luziânia, no dia 06 de agosto deste ano e ainda não foi recapturado. Na ocasião, o Sindicato dos Agentes Prisionais de Goiás disse que já havia um alerta do dia 30 de julho de que do homem poderia fugir e mesmo assim ele foi mantido no trabalho de pintura externa da prisão.
Sobre a operação desta terça, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciaria (DGAP) informou que a instituição colaborou com a Polícia Civil desde o início das investigações (veja a nota na íntegra abaixo).
“As investigações apontaram que eles receberam dinheiro do preso para facilitar a fuga dele, cujo valor ainda estamos apurando. O vereador do Novo Gama atuava com vigilante temporário e pediu para sair assim que soube das investigações. Já o ex-diretor regional do sistema prisional entrou com atestado médico e não voltou. Os dois são considerados foragidos”, afirmou Abrão.
O G1 tentou contato por telefone no fim da tarde desta terça com Câmara Municipal do Nova Gama, mas as ligações não foram atendidas.
Rodolfo de Lima Pereira fugiu quando pintava o prédio da CPP de Luziânia, Goiás — Foto: DGAP/Divulgação
Início da investigação
Para o Sindicato dos Agentes Prisionais de Goiás, a fuga de Rodolfo de Lima Pereira foi um crime anunciado. Segundo, o presidente do sindicato, Maxsuell Miranda das Neves, mesmo após uma denúncia feita de que o preso com muito dinheiro poderia fugir.
Segundo Maxsuell, mesmo Rodolfo respondendo por vários crimes graves e com a ameaça de fuga, o preso foi mantido no sistema “cela livre”, tendo acesso à parte externa da prisão, onde faria a pintura.
Na época da fuga, o presidente do sindicato disse que não constava no registro do preso de que ele fosse pintor.
No dia que o preso escapou, imagens de uma câmera de segurança de uma padaria gravaram um carro prata, apontado por testemunhas, como sendo o veículo que auxiliou na fuga.
Nota DGAP na íntegra:
“A Diretoria-Geral de Administração Penitenciaria (DGAP) informa que, por determinação do Diretor-Geral, Coronel Wellington Urzeda, a instituição colaborou com a Polícia Civil desde o início das investigações sobre o caso que desencadeou a Operação Redenção, tendo ainda designado a Corregedoria Setorial do órgão para acompanhar, de perto, os cumprimentos de mandados de prisão de servidores penitenciários investigados, em Luziânia, sob suspeita de facilitação de fuga de presos. A DGAP abriu procedimentos internos, na forma da lei, para que haja também a apuração administrativa, além da criminal, para a aplicação das sanções cabíveis”.
fonte: g1 GO