Vereador do Novo Gama e mais três funcionários de presidio são suspeitos de facilitar fuga de detento em Luziânia

Escrito por em 25 de setembro de 2019

Segundo delegado, político atuava como vigilante temporário na cadeia e está foragido. Um ex-diretor prisional também não foi localizado pela polícia durante operação que prendeu duas pessoas nesta terça.


Quatro pessoas que trabalhavam na cadeia tiveram a prisão decretada pela suspeita de terem facilitado a fuga de um preso, em Luziânia — Foto: Reprodução/TV AnhangueraQuatro pessoas que trabalhavam na cadeia tiveram a prisão decretada pela suspeita de terem facilitado a fuga de um preso, em Luziânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Quatro pessoas que trabalhavam na cadeia tiveram a prisão decretada pela suspeita de terem facilitado a fuga de um preso, em Luziânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Um vereador do Novo Gama está sendo procurado pela polícia como suspeito de ter facilitado a fuga de um preso pela porta da frente da cadeia de Luziânia, também no Entorno do Distrito Federal. Segundo o delegado Rafael Abrão, o vereador trabalhava também como vigilante temporário na unidade prisional. O vereador e outros três investigados teriam recebido dinheiro do preso para facilitar a fuga.

Durante a Operação Redenção, realizada nesta terça-feira (24) para o cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva, policiais civis conseguiram prender um agente prisional e um funcionário cedido pela prefeitura, que atuava dentro da prisão.

De acordo com o delegado, os dois presos, o vereador e um ex-diretor regional do sistema prisional teriam participado de um esquema remunerado para permitira fuga do preso. Os nomes dos investigados não foram divulgados pela polícia. O G1 não conseguiu também ter acesso ao contato da defesa deles.

O detento Rodolfo de Lima Pereira fugiu pela porta da frente da Casa de Prisão Provisória de Luziânia, no dia 06 de agosto deste ano e ainda não foi recapturado. Na ocasião, o Sindicato dos Agentes Prisionais de Goiás disse que já havia um alerta do dia 30 de julho de que do homem poderia fugir e mesmo assim ele foi mantido no trabalho de pintura externa da prisão.

Sobre a operação desta terça, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciaria (DGAP) informou que a instituição colaborou com a Polícia Civil desde o início das investigações (veja a nota na íntegra abaixo).

“As investigações apontaram que eles receberam dinheiro do preso para facilitar a fuga dele, cujo valor ainda estamos apurando. O vereador do Novo Gama atuava com vigilante temporário e pediu para sair assim que soube das investigações. Já o ex-diretor regional do sistema prisional entrou com atestado médico e não voltou. Os dois são considerados foragidos”, afirmou Abrão.

G1 tentou contato por telefone no fim da tarde desta terça com Câmara Municipal do Nova Gama, mas as ligações não foram atendidas.

Rodolfo de Lima Pereira fugiu quando pintava o prédio da CPP de Luziânia, Goiás — Foto: DGAP/DivulgaçãoRodolfo de Lima Pereira fugiu quando pintava o prédio da CPP de Luziânia, Goiás — Foto: DGAP/Divulgação

Rodolfo de Lima Pereira fugiu quando pintava o prédio da CPP de Luziânia, Goiás — Foto: DGAP/Divulgação

Início da investigação

Para o Sindicato dos Agentes Prisionais de Goiás, a fuga de Rodolfo de Lima Pereira foi um crime anunciado. Segundo, o presidente do sindicato, Maxsuell Miranda das Neves, mesmo após uma denúncia feita de que o preso com muito dinheiro poderia fugir.

Segundo Maxsuell, mesmo Rodolfo respondendo por vários crimes graves e com a ameaça de fuga, o preso foi mantido no sistema “cela livre”, tendo acesso à parte externa da prisão, onde faria a pintura.

Na época da fuga, o presidente do sindicato disse que não constava no registro do preso de que ele fosse pintor.

No dia que o preso escapou, imagens de uma câmera de segurança de uma padaria gravaram um carro prata, apontado por testemunhas, como sendo o veículo que auxiliou na fuga.

Nota DGAP na íntegra:

“A Diretoria-Geral de Administração Penitenciaria (DGAP) informa que, por determinação do Diretor-Geral, Coronel Wellington Urzeda, a instituição colaborou com a Polícia Civil desde o início das investigações sobre o caso que desencadeou a Operação Redenção, tendo ainda designado a Corregedoria Setorial do órgão para acompanhar, de perto, os cumprimentos de mandados de prisão de servidores penitenciários investigados, em Luziânia, sob suspeita de facilitação de fuga de presos. A DGAP abriu procedimentos internos, na forma da lei, para que haja também a apuração administrativa, além da criminal, para a aplicação das sanções cabíveis”.
fonte: g1 GO


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