Nego Di: esquema deu prejuízo superior a R$ 5 milhões para vítimas, diz polícia

Escrito por em 15 de julho de 2024

Investigações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul apontam que o prejuízo das 370 vítimas no esquema liderado pelo humorista Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, ultrapassa a casa de R$ 5 milhões de reais. Ele foi preso neste domingo em Santa Catarina.

 

— São 370 vítimas identificadas, R$ 5 milhões levantados, com quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico. É um farto material probatório que não nos deixa dúvidas de que houve, sim, estelionato — disse o chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré, em coletiva no auditório do Palácio da Polícia, neste domingo.

A prisão foi decretada pela Justiça do Rio Grande do Sul por crime de estelionato após denúncias de que o influenciador participava de um esquema de venda online de produtos que nunca foram entregues. O humorista divulgava em seus perfis nas redes sociais os produtos à venda, como aparelhos de ar-condicionado e televisores, vendidos a preços abaixo do de mercado.

A empresa tinha um prazo de entrega de 50 dias, considerado acima do normal. Segundo a polícia, muitas vítimas relataram que, por não receberem os itens, tiveram que arcar com um novo custo para uma nova compra do mesmo produto. O delegado também explica que as vítimas confiaram em Nego Di em razão da sua expressividade nas redes sociais.

— São pessoas, muitas vezes humildes, que utilizam do seu dinheiro, do seu trabalho, para a compra desses produtos, mas que acabam não recebendo esses produtos — diz a delegada Adriana da Costa.

Na sexta-feira, o humorista e a mulher, a influenciadora digital Gabriela Sousa, foram alvo de outra uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul por suspeita de lavagem de dinheiro por meio rifas ilegais. Anderson Boneti, sócio do Nego Di, considerado foragido pela polícia, segue sendo procurado.

— Eles criam essa empresa, sediada na internet. E a partir dessa empresa, eles começam a vender diversos produtos abaixo do preço de mercado, fazendo diversas vítimas — explica o delegado Marco Guns sobre a “Tadizuera”, que operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022. A empresa era de Nego Di e do sócio dele, Anderson Boneti.

‘Estamos bem’

 

Em sua conta no X, Nego Di escreveu: “Estou aqui pra dizer que eu e minha esposa, estamos bem! Tá tudo bem, graças a Deus. Estávamos preparados para o que aconteceu ontem. Nós sabíamos que iria acontecer mais cedo ou mais tarde, e todo mundo sabe o porquê do que aconteceu.”

Nego Di também afirmou que provará a inocência do casal. Após a declaração, Nego Di foi preso pela Polícia Civil neste domingo (14), em Santa Catarina, por outro crime, de estelionato. Já a esposa liberada sob pagamento de fiança de R$14 mil, em Santa Catarina.

Investigação do Ministério Público

 

A investigação do Ministério Público sobre Negro Di começou quando o influenciador promoveu o sorteio de um carro de luxo blindado, em janeiro. Naquela ocasião, acendeu-se o alerta do MP, que, nesta sexta (12), deflagrou operação contra ele e sua esposa por lavagem de dinheiro. O inquérito aponta movimentação financeira de R$ 2,6 milhões com rifais virtuais e ilegais, segundo os agentes.

Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul, o influenciador usava contas da esposa, de parentes e de empresas em nome do casal para receber o dinheiro das rifas. Nesta sexta, durante a operação, a esposa de Negro Di, Gabriela Sousa, foi presa, mas depois liberada sob pagamento de fiança de R$14 mil, em Santa Catarina.

Além disso, dois carros de luxo e uma arma de uso restrito das Forças Armadas que estava sem registro foram apreendidos. A defesa do casal disse que não teve acesso ao conteúdo do inquérito, mas que a inocência deles será provada.

Um dos sorteios destacado pelo MP foi o de um Porsche. Nas redes, o influenciador dizia que o carro podia ser seu “por apenas 99 centavos”. Com a divulgação da rifa, ele incentivava o público a comprar a maior quantidade possível de bilhetes. Pela legislação brasileira, a venda de rifas é ilegal, a não ser que promovida por entidades beneficentes, autorizada pelo Ministério da Fazenda.

Defesa alega inocência

 

A defesa de Negro Di e Gabriela Sousa se manifestou em nota:

“A defesa esclarece que ainda não teve acesso ao inquérito conduzido pelo Ministério Público. No entanto, reiteramos que todos os detalhes da situação e a inocência serão devidamente esclarecidas e comprovadas dentro do processo. Ressaltamos também a importância de evitar especulações e a divulgação de informações referentes a processos que tramitam sob sigilo, a fim de preservar a integridade das investigações e dos envolvidos. Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que possam ser prestados dentro dos limites legais”.
fonte: o globo.com
Imagem: internet / google


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