Autoridades lamentam morte de Delfim Netto e destacam trajetória do economista

Escrito por em 12 de agosto de 2024

Políticos e instituições citam legado do ex-ministro para formação econômica e política do país

O ex-ministro da Fazenda Delfm NettoO ex-ministro da Fazenda Delfm NettoAntonio Delfim Netto – Foto: Francisco Emolo/Arquivo Imagens USP

 

Políticos e instituições lamentaram nesta segunda-feira (12) a morte do ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto, aos 96 anos, após complicações no quadro de saúde. Autoridades destacaram a vida pública do economista e o seu legado para formação econômica e política do Brasil.

“Na minha campanha em 2006, pedi desculpas publicamente porque ele foi um dos maiores defensores do que fizemos em políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei nos meus dois primeiros mandatos. Delfim participou muito da elaboração das políticas econômicas daquele período. Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes”, declarou.

Pacheco e Toffoli lembram trajetória do ministro

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso, prestou solidariedade aos familiares do ex-ministro e lembrou que Delfim foi o ministro mais jovem do país até então.

“Profundo conhecedor das ciências econômicas, [Delfim Netto] ocupou papel altivo na história do Brasil desde 1967, quando se tornou, aos 38 anos, o mais jovem ministro do país”, afirmou o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em nota.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli descreveu o economista como alguém com “brilhantismo intelectual” e “paixão pelo conhecimento nas mais diversas áreas”.

“Conselheiro de vários presidentes da República após a redemocratização, soube valorizar as políticas de distribuição de renda e de inclusão social. Sua atuação no período mais duro do regime militar deverá ser lembrada, mas é inegável que o Brasil perdeu hoje um de seus maiores intelectuais e pensador da nação brasileira”, disse Toffoli em nota.

Em posicionamento oficial, o Tribunal de Contas da União afirmou que Delfim foi uma “figura superlativa da política e economia brasileira” com “inestimável legado intelectual”.

“Professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), [Delfim Netto] compartilhou seu vasto conhecimento e publicou diversos livros e artigos sobre a economia brasileira, muitos dos quais inspiraram o desenvolvimento institucional do TCU”, disse o Tribunal.

Delfim apoiou governo Lula em momentos importantes, diz Mercadante

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou o período em que foi deputado junto de Delfim e mencionou a colaboração do ex-ministro para o desenvolvimento econômico do país.

“Apesar das divergências políticas e no próprio debate econômico, que tivemos ao longo da vida, Delfim Netto sempre teve compromisso com a produção e com o crescimento da economia. Mesmo tendo sido um ministro destacado do regime militar – liderou o chamado ‘milagre brasileiro’ -, Delfim apoiou o governo Lula em momentos importantes e desafiadores”, disse Mercadante, em nota.

No X (antigo Twitter), líderes políticos também lamentaram a morte do ex-ministro e destacaram sua trajetória pública. Para o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), o ex-ministro foi “uma das figuras mais importantes da história do Brasil”.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que o ex-ministro tem influenciado “ao longo de décadas” o modo de pensar economia e a sociedade no país.

Trajetória

Delfim foi ministro da Fazenda durante os governo militares de Arthur da Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici. Também atuou como embaixador na gestão de Ernesto Geisel e voltou a ser ministro – primeiro da Agricultura e depois da Secretaria do Planejamento – no governo de João Baptista Figueiredo até o fim da ditadura.

Após o regime militar, Delfim foi eleito deputado cinco vezes e atuou como conselheiro econômico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua primeira passagem pelo Palácio do Planalto (2003-2010).
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/autoridades-lamentam-morte-de-delfim-netto-e-lembram-legado-de-economista/


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