Denúncia anônima aponta que Marconi Perillo recebia propina em barras de ouro, em Goiás

Escrito por em 2 de abril de 2019

Documento também aponta investigação de desembargador que receberia mesada da Saneago de R$ 1 milhão. Procurador disse que recebeu representação e vai analisá-la.

Uma denúncia anônima que chegou à promotora Villis Marra aponta que o ex-governador Marconi Perillo recebia mensalmente cerca de R$ 500 mil em propina da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). A entrega, conforme relatado, seria feita em barras de ouro e entregues na fazenda do político em Pirenópolis.

Documento de pedido de investigação enviado pela promotora ao Ministério Público Federal (MPF) detalha ainda outras irregularidades e até pagamento de mensalidade de R$ 1 milhão ao desembargador Nicomedes Borges.

O MPF informou, em nota, que “até o momento, não tem informações a respeito” do documento. À TV Anhanguera, um procurador da República confirmou que recebeu a representação da promotora, o que não significa que ele abriu uma investigação, mas deve analisar amanhã o teor dos documentos anexados à representação.

A defesa de Marconi, representada pelo advogado Luiz Rassi, informou que “procurou a promotora que disse que recebeu a denúncia sem fazer qualquer juízo de valor e encaminhou ao promotor responsável pelo caso”.

De cardo com a resposta, isso “não implica exista indício de veracidade da mesma e mais, a notícia é absolutamente fantasiosa, porque diz de um imóvel de U$ 250 milhões, mais caro do que qualquer imóvel de famosos como de Michael Jackson ou Madonna. A denúncia e ridícula”, afirmou.

Denúncia anônima aponta que Marconi Perillo recebia propina em barras de ouro, em Goiás
JA 2ª Edição
Denúncia anônima aponta que Marconi Perillo recebia propina em barras de ouro, em Goiás

Denúncia anônima aponta que Marconi Perillo recebia propina em barras de ouro, em Goiás

Sobre o desembargador, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) disse que “não se manifestará sobre o assunto, por enquanto, visto que ainda não foi provocado oficialmente”. O órgão disse ainda que “na época dos supostos fatos, o desembargador Nicomedes Borges não fazia parte dos quadros da instituição”.

Ainda conforme o órgão, a assessoria direta do desembargador irá encaminhar um posicionamento separadamente.

O documento é uma “Notícia de Fato” e foi encaminhada ao MPF e ao Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no último dia 15 de março para investigação. O despacho aponta ainda uma “suposta existência de uma organização criminosa na Saneago”.

G1 entrou em contato com a assessoria da Saneago para pedir uma posição sobre as investigações e aguarda retorno.

Depoimento anônimo que chegou á promotora Villis Marra sobre Marconi Perillo — Foto: ReproduçãoDepoimento anônimo que chegou á promotora Villis Marra sobre Marconi Perillo — Foto: Reprodução

Depoimento anônimo que chegou á promotora Villis Marra sobre Marconi Perillo — Foto: Reprodução

O documento não detalha o contexto em que teriam ocorrido os pagamentos de “mesadas” ao ex-governador, ao desembargador e José Taveira, ex-presidente da Saneago.

O advogado Romero Ferraz, que representa a defesa de José Taveira, disse que “tais fatos, sem qualquer lastro de realidade, já foram devidamente respondidos perante a Justiça Federal, entretanto, ainda não foi apreciada”.

Conforme a denúncia, um ex-gerente de transportes “recebia benefícios indevidos das empresas que alugavam carros à Saneago, tendo recebido, inclusive, uma casa no valor de R$ 800 mil reais”. O documento diz ainda que o mesmo servidor subornou dois auditores para ter o processo arquivado.

O despacho diz ainda que há indícios de que um advogado da empresa montou um escritório à parte para defender funcionários contra a própria Saneago. Também há relato de que “teria o conhecimento do chefe jurídico, contudo o processo administrativo instaurado em seu desfavor encontra-se paralisado”.

Sede da Companhia de Saneamento de Goiás no Jardim Goiás em Goiânia — Foto: Assessoria de Imprensa da Saneago/DivulgaçãoSede da Companhia de Saneamento de Goiás no Jardim Goiás em Goiânia — Foto: Assessoria de Imprensa da Saneago/Divulgação

Sede da Companhia de Saneamento de Goiás no Jardim Goiás em Goiânia — Foto: Assessoria de Imprensa da Saneago/Divulgação

Investigações

A Operação Decantação 2 da Polícia Federal já apura irregularidades na estatal e cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão. Cinco pessoas foram presas na ação, mas conseguiram habeas corpus dias depois.

Entre os mandados de busca e apreensão, um foi cumprido na casa do ex-governador José Eliton, onde foi apreendido um notebook. O político prestou esclarecimentos à PF e depois à imprensa, quando negou qualquer pagamento indevido às empresas investigadas.
Fonte: g1 GO


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