Gusttavo Lima tem prisão decretada em investigação sobre bets
Escrito por Radio Sempre FM em 23 de setembro de 2024
Cantor teve a prisão decretada âmbito da Operação Integration, que prendeu também a influenciadora e advogada Deolane Bezerra
A Justiça de Pernambuco decretou a prisão do cantor Gusttavo Lima nesta segunda-feira. A decisão é da juíza Andrea Calado da Cruz, do TJPE. O processo corre em sigilo. A informação foi confirmada pelo GLOBO.
O pedido de prisão ocorreu no âmbito da Operação Integration, que prendeu também a influenciadora e advogada Deolane Bezerra no início do mês.
O cantor esteve ontem no Rock in Rio. No dia anterior, ele se apresentou no Jaguariúna Rodeo Festival, em São Paulo, ao lado de Zezé di Camargo.
Entenda Operação Integration, que prendeu Deolane Bezerra
A empresária, advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa na operação “Integration” da Polícia Civil de Pernambuco contra uma organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. A prisão aconteceu na manhã do dia 4 de setembro, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
As investigações da operação iniciaram em abril de 2023. Além da prisão dela, foram expedidos mais outros 18 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão no Recife, Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba e Goiânia.
Entenda o esquema pelo qual Deolane é investigada
A advogada e influenciadora Deolane Bezerra é suspeita de utilizar sorteios no Instagram para lavagem de dinheiro. Entre os prêmios anunciados, estavam uma mala contendo R$ 880 mil em espécie, uma viagem para Orlando, nos Estados Unidos, e carros de luxo, como uma Land Rover Discovery e um Porsche 911 Carrera S Cabriolet, com um valor estimado em quase R$ 1 milhão. Os ganhadores poderiam optar por receber o valor dos prêmios em dinheiro.
A informação foi publicada pelo jornal Diário de Pernambuco, que teve acesso a um relatório da Polícia Civil de Pernambuco. Os investigadores também afirmam no documento que a influenciadora teria promovido oito sorteios na plataforma desde novembro de 2023.
Conforme a publicação, Deolane afirma que sua participação se limitava à divulgação dos sorteios, pelos quais era paga, e nega envolvimento com os bens sorteados. Contudo, os investigadores descobriram que a Land Rover rifada em novembro de 2023 foi declarada por ela no imposto de renda daquele ano.
Segundo a investigação, os sorteios eram organizados pela EDSCap Ltda, uma empresa vinculada ao grupo Esportes da Sorte, especializada na comercialização de títulos de capitalização. Esses títulos eram emitidos pela Capemisa Capitalização S.A. e os valores arrecadados seriam destinados à Federação Nacional das Apaes, conforme consta no inquérito.
Entretanto, segundo o Diário, os investigadores identificaram que a Apaes transferiu R$ 2.930.588,00 para a conta da Bezerra Publicidade e Comunicação Ltda, empresa administrada por Deolane, com participação de seus familiares, entre janeiro e março de 2024. As transações foram descritas como pagamento por “serviços de publicidade”.
Ao questionar a Apaes, as autoridades receberam 11 notas fiscais desses serviços, das quais oito estavam “canceladas”. O valor total declarado chegaria a R$ 3.987.156,70.
Gusttavo Lima teve avião apreendido em operação contra Deolane
Deolane continuará presa?
Nesta sexta-feira, 21, o Ministério Público de Pernambuco pediu à Polícia Civil de Pernambuco que realize novas diligências para concluir o inquérito da Operação Integration. Além disso, o órgão recomendou a substituição das prisões preventivas dos investigados por outras medidas cautelares.
“O Ministério Público de Pernambuco, após minuciosa análise dos autos da investigação denominada “Operação Integration”, concluiu que, no momento, para embasar a acusação formal seriam necessárias algumas diligências complementares as que já foram levadas a efeito pelo Polícia Judiciária do Estado de Pernambuco”, disse MP-PE.
Na avaliação do órgão, a continuidade das prisões preventivas implicaria, “inevitavelmente, em constrangimento ilegal”. Entre medidas cautelares estão o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar e a proibição de falar com outros investigados e envolvidos no caso, por exemplo.
Após ser presa pela primeira vez no início do mês, Deolane Bezerra chegou a ser solta no dia 9 de setembro. Ela foi beneficiada pela norma do Supremos Tribunal Federal (STF) que trata de habeas corpus coletivos para mulheres que tem filhos menores de idade. No dia seguinte, no entatno, o benefício foi revogado. Logo após deixar a penitenciária, a influenciadora violou uma das cautelares impostas a ela e se manifestou publicamente sobre o caso.
Nesta quinta-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um novo pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Deolane, que segue presa na Colônia Penal Feminina de Buíque. No pleito, os advogados questionavam a imposição da medida cautelar de proibição de manifestação em redes sociais, imprensa e assemelhados e pedia a revogação da prisão.
A decisão desta quarta-feira é do ministro Otávio de Almeida Toledo, originalmente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), mas está atuando na Sexta Turma do STJ em razão da ausência de um ministro titular no colegiado.
O magistrado observou que ainda está pendente na Corte de origem (TJPE) julgamento definitivo sobre o afastamento da medida cautelar imposta e, posteriormente, descumprida. Por isso, o STJ não poderia, neste momento processual, analisar a questão.
Na semana passada, o STJ já havia negado outro pedido de liberdade da influenciadora. Os advogados de Deolane haviam solicitado que fosse revogada a prisão preventiva ou que fosse substituída por medidas cautelares ou prisão domiciliar. A defesa alegou que a influenciadora é mãe de Valentina, de oito ano.